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Multidisciplinar

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Nutricionista

Caroline Moraes

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Atuação do Nutricionista

É possível afirmar que todos os procedimentos bariátricos provocam, em escalas diferentes, algum tipo de prejuízo nutricional. Alguns com incidência maior que outros.

 

As técnicas puramente restritivas (“Sleeve”) apresentam uma redução da ingestão por diminuição do tamanho do estômago, reduzindo a absorção, principalmente proteico-calórica.

 

As técnicas disabsortivas (“by-pass”) promovem exclusão de grande parte do trato digestivo (intestino), levando a passagem do alimento “desviado” sem sofrer a correta digestão. Inviabiliza (exclusão do duodeno e jejuno) a absorção da maioria das vitaminas e minerais.

 

Abaixo, um breve resumo da deficiência do nutriente e sua consequência, principalmente na cirurgia plástica.

 

MACRONUTRIENTES – Carboidratos, proteínas e lipídeos(gorduras)

Carboidratos (dissacarídeos e polissacarídeos=açúcares) – Fonte de energia em nosso organismo. Sua carência leva à deficiência na cicatrização das feridas. A glicose é o principal fator. Essa ausência de energia se mantém por mais de um ano, após o qual o organismo se adapta. Razão pela qual a cirurgia do contorno corporal não deve ser realizada nesse período.

 

Lipídeos (gorduras) – Bem mais comum de acontecer. Causa inclusive das diarreias (esteatorréias) do paciente pós-bariátrico. Sua deficiência enfraquece a cicatrização das feridas pela falta de energia.

 

Proteínas – Nutriente mais afetado pela pós-bariátrica. Deve-se atenção especial a sua reposição. Sua falta leva a Hipoalbuminemia, anemia, edema (inchaço), astenia (fraqueza) e alopécia (queda de cabelo). Bastante presente na disabsortiva e seu pico é entre 12 e 24 meses. Justamente o momento em que o paciente está se preparando para a cirurgia plástica reparadora. O déficit proteico pode afetar substancialmente a cicatrização do paciente pós-bariátrico por ser o combustível para a formação da cicatriz e da sua resposta imunológica, principalmente da formação do colágeno.

 

Baixas taxas de proteínas podem levar a uma condição imunossupressora, produzindo taxa elevada de complicações da ferida cirúrgica, edema generalizado, recuperação arrastada, pois prolonga a fase inflamatória da cicatrização com diminuição da proliferação fibroblástica e deposição de colágeno DIMINUINDO A FORÇA TÊNSIL DA FERIDA (menos elástica e forte), o que favorece as temidas deiscências e infecções pós-operatórias. O PERFIL SÉRICO DAS PROTEÍNAS NÃO REPRESENTA O FIEL RETRATO DESSE NUTRIENTE NO SANGUE. Seria ideal a dosagem dos aminoácidos livres, produtos de sua degradação, a arginina e glutamina que são essenciais para a cicatrização.

 

MICRONUTRIENTES – vitaminas e minerais

 

Vitaminas (hidrossolúveis e lipossolúveis)

Hidrossolúveis (C e complexo B)

Lipossolúveis (A,D,E,K)

 

Vitaminas A e C – Sua carência pode levar até a cegueira. Em conjunto com a vitamina C, são as mais propensas a risco da cirurgia plástica. Seu déficit pode prejudicar a cicatrização das feridas, pois são reguladores da formação do colágeno, levando ao prejuízo das cicatrização, como diminuição da força tênsil, fragilidade capilar e aumento da deicências e infecções.

 

K – Sua deficiência pode levar a hematomas, infecção por participar do processo de coagulação.

 

Vit D e Cálcio – Sua carência pode causar distúrbios da cicatrização e osteoporose.

 

VIt B12 e Folato – Síntese de DNA, função neurológica. Ambos em deficiência na pós-bariátrica, podem produzir baixa proliferação celular (formação de novas células de defesa por exemplo), com prejuízos da recuperação das cirurgias plásticas. Além disso, podem acarretar anemias e fenômenos tromboembólicos (a temida “trombose”).

 

MINERAIS

Macro – cálcio, enxofre, fósforo, magnésio, potássio e sódio

Micro – ferro, zinco, flúor, cobre, iodo, selênio

 

FERRO

Armazenado na forma de Enzimas com a Hemoglobina no sangue, a mioglobina nos músculos e as proteínas transportadoras, tais como a ferritina, transferrina, hemossiderinaque, tem função basicamente de levar o oxigênio aos tecidos. Pode acometer até 30-50% em todas as técnicas, inclusive com suplementação diária.

 

Sua Deficiência acarreta a Anemia Microcítica, com prejuízo da circulação, oxigenação dos tecidos e da cicatrização. Além disso, pode favorecer a fadiga, fraqueza no pós-operatório e aumento de complicações tromboembólicas.

 

Comumente, na plástica, utilizamos enxertos e retalhos de pele. Para o sucesso das cirurgias, o ingrediente principal é o oxigênio. Quando falamos em anemia, a principal complicação que surge é o sangramento na cirurgia. Porém, na cirurgia plástica, a nossa outra grande preocupação é a oxigenação dos tecidos (retalhos e enxertos) e sua sobrevivência. A falta de oxigênio nos mesmos pode levar às temidas NECROSES.

 

ZINCO

Fundamental no metabolismo do colágeno. Sua deficiência é bastante comum no pós- bariátrica, principalmente relacionado ao déficit de proteína, acarretando problemas na cicatrização e no sistema imunológico.

 

O emagrecimento excessivo cede lugar à flacidez, que é caracterizada pela perda de elementos do tecido conjuntivo como fibroblastos, a elastina e o colágeno. A suplementação com o colágeno hidrolisado se faz necessária, mas a dieta rica em proteínas, preconizada pelos nutricionistas, aliada a exercícios físicos, auxiliam na melhora da qualidade da pele do paciente pós-bariátrico.

 

Após esse breve resumo sobre as deficiências nutricionais pós-gastroplastia e sua influência na cicatrização das feridas cirúrgicas e na formação do colágeno, conseguimos entender o papel fundamental do nutricionista no sucesso do tratamento da obesidade, assim como da cirurgia plástica reparadora. Entendemos com isso que, por melhor que o cirurgião plástico seja, a pele do paciente pós-bariátrico é doente, carente de colágeno e mais susceptível à complicações. Com essa compreensão, mesmo com as suplementações necessárias à diminuição das complicações, a expectativa do resultado deve ser diminuída e trazida para a complexidade e realidade do caso.